Na manhã deste sábado (20) a antiga residência do ex-prefeito Zé Vieira, falecido há cinco anos, reabriu as portas para um café da manhã oferecido por Marcos Miranda, que, por não morar no município, passará a utilizar o imóvel como comitê de campanha e dormitório.
A "boca livre" atraiu gente tanto de Bacabal como de Bom Lugar, levada por vans e ônibus. Para ativar o modo saudosismo nos presentes, trataram de espalhar caricaturas do saudoso político desenhadas nas paredes e providenciaram até um caldeirão, símbolo que remete às primeiras campanhas eleitorais do ex-prefeito.
E não para por ai! Como se não bastasse se abancar na antiga residência, se apropriar da imagem e do legado, Marcos Miranda, pelo visto, também pretende adorar o sobrenome Vieira. Sugiro que coloque óculos e deixe crescer o bigode para que a caracterização fique completa.
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Conhecimento de causa
Para dar total autenticidade ao que escrevo a partir daqui, vi a necessidade de fazer o prefácio contando um pouco da longa história que vivi ao lado de Zé Vieira, durante o mandato de vereador e dos dois mandatos de prefeito, quando ele construiu o legado que Marcos Miranda tenta se beneficiar eleitoralmente.
Midiático, mesmo quando a internet ainda não tinha todo esse apelo popular, o ex-prefeito não colocava o pé fora de casa sem que não houvesse um cinegrafista, no caso eu, para que tudo ficasse registrado e, em seguida, fosse divulgado repetidas vezes, à exaustão, na TV Mearim. De início, em um horário arrendado para a exibição do Jornal do Povo, programa apresentado pelo jornalista R. Cavalcante, posteriormente, com a emissora já sendo dele.
Mas, vamos lá!
Zé Vieira posando com uma foto dele ainda criança, na Paraíba.
Nas incontáveis horas de convivência ao lado de Zé Vieira, como uma verdadeira sombra, inclusive viajando para outros estados, presenciei infinitos momentos da sua vida pública e pessoal. Dos três filhos frutos do casamento com Osanira Coutinho (Vieirinha, Gabriel e Maria Augusta), filmei períodos das gestações, partos, batizados e as primeiras festas de aniversário. Nas andanças com ele pelos quatro cantos de Bacabal, na sede e no interior, conheci o atual prefeito Edvan Brandão, ainda muito jovem, na fazenda do pai dele, Seu Veras, líder político do povoado Bela Vista e de toda a região da baixada. Para encurtar a conversa, durante todos esses anos, nunca nos deparamos com Marcos Miranda. A única cena que tenho na memória em relação a ele foi quando sofreu atentado à bala e necessitou de socorro urgente, sendo transferido para outra cidade no avião cedido por Zé Vieira.
Pode ser que em um ou outro momento eventualmente os dois se encontraram, mas nada relevante. Por isso, tanto eu como quem conheceu a fundo o "osso duro de roer" sabe que os dois nunca tiveram nada em comum, exceto a lida com a pecuária e as consequências jurídicas com implicação eleitoral, e soa estranho toda vez que se ouve algum adepto do ex-prefeito de Bom Lugar ligar a trajetória política de um a do outro, muito embora a gente saiba que esse falatório é parte da estratégia traçada para maquiar a falta de prestação de serviço de Marcos Miranda em Bacabal e frear a desconfiança com ele.
Legado
Uma das últimas fotos do ex-prefeito em vida.
Zé Vieira, apesar de paraibano, morava, construiu patrimônio e constituiu família no município. Antes de almejar ser prefeito, exerceu mandato de vereador, não caiu de paraquedas, muito menos quis pegar carona no trabalho dos outros. Se apropriar do legado dele e, ainda por cima, forçar a barra tentando assumir sua identidade, é descabido. Os bacabalenses não são e nunca serão trouxas.
Que a alma de Zé Vieira descanse em paz! 🙏
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