Irmã de maranhense preso na Venezuela mostra licenças, denuncia tortura e reclama do 'pouco caso' das autoridades

Por meio do perfil Brejo de Areia Notícias, no Instagram, tomamos conhecimento da fala da advogada Layla Lima, irmã de um dos 18 brasileiros, todos maranhenses, boa parte do município de Brejo de Areia, que estão presos na Venezuela, acusados de tráfico de materiais, associação criminosa e crime ambiental.

O caso foi divulgado pelo omaranhense.com.br, no último dia 13 de abril (Reveja aqui), mostrando a situação da estrutura das celas onde eles estão, na cidade de San Félix. Na mesma gravação, um dos garimpeiros, que não se identificou, pede ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que interceda junto às autoridades locais.

O grupo foi preso em 4 de outubro do ano passado, ao lado de um venezuelano e um guianense, em garimpo no Rio Yuruari, próximo à região de Essequibo, território foco de crise entre Venezuela e Guiana.

Em nota, a  Embaixada brasileira naquele país disse que está acompanhando o caso, dando assessoria jurídica, instruído a visitar aos presos e verificando as condições do encarceramento, porém, a advogada contesta praticamente tudo. "Hoje vim falar de um assunto muito delicado, de extrema importância, que merece ser exposto na mídia".

Layla começa mostrando cópias, em espanhol, das licenças com a permissão para a extração do minério, emitidas pela Corporação Venezuelana de Minério (CVM). "O meu irmão e os demais brasileiros estavam trabalhando na extração do ouro e, é importante mencionar, que muito embora a atividade de garimpo seja considerada ilegal no Brasil, o governo venezuelano permite a extração do referido minério desde que as dragas estejam devidamente licenciadas e pagando taxas à Corporação Venezuelana de Minério (CVM). No dia da prisão, em que as dragas Pirâmide, J12 e Renascer foram apreendidas, elas estavam devidamente autorizadas para trabalhar, logo, não estamos falando de uma prisão legal, estamos falando de uma prisão totalmente arbitrária", ressalta.

A advogada continua afirmando que os maranhenses presos são pessoas honestas, de bem, trabalhadoras, que estão passando por dificuldade, fome, e vai além. Ela garante que os presos estão sendo torturados e sem nenhuma ajuda das autoridades brasileiras. "Eles se encontram hoje em condições desumanas, estão sendo tratados como animais. São sete meses de prisão ilegal e os representantes da Embaixada só foram visitá-los duas vezes, sete meses que os governos maranhense e federal foram notificados, tiverem conhecimento e, mesmo assim, permaneceram inertes".

Com a voz embargada, Layla diz que, diante da demora, as famílias temem não ver mais seus entes queridos com vida. "Eu ressalto que já fizemos de tudo que estava ao nosso alcance. Contratamos advogados, enviámos familiares para tentar agilizar o processo, e não sabermos mais o que fazer".

O vídeo gravado por ela e publicado no Instagram com a descrição "Ao nosso Ilustríssimo Presidente da República Luís Inácio da Silva e ao nosso Ilustríssimo Governador Carlos Brandão", tem duração de 4min15s podendo ser assistido na íntegra abaixo.

Postar um comentário

0 Comentários

Close Menu