"Será que pelo fato de eu ser mulher, Marcos Miranda achou que poderia intimidar as ações da Polícia Militar?", indaga comandante Leila Araújo

Comandante Leila Araújo.

Primeira mulher a assumir o comando do 15° Batalhão da Polícia Militar do Maranhão, sediado em Bacabal, a Tenente-coronel Leila Araújo e policiais que integram a corporação foram levianamente acusados pelo candidato a prefeito Marcos Miranda, do União Brasil, na manhã deste domingo (22), durante uma live feita direto do povoado Aldeia do Odino, zona rural do município, onde realizava um evento de campanha.

Na parte da tarde, a comandante concedeu entrevista coletiva à imprensa local e classificou o fato como lamentável, intimidatório e preconceito de gênero, como ainda informou que acionará o político judicialmente.

Horas depois, Marcos Miranda retirou a gravação dos seus perfis nas redes sociais, como ainda orientou seus assessores e cabos-eleitorais a fazer o mesmo.

Porém, as agressões e falta de respeito retomaram na parte da noite, no comício que o candidato fez no povoado Brejinho. Na sua fala, Marcos Miranda se dirigiu novamente com desrespeito à comandante e destratou o trabalho do 15° BPM.

Repúdio da sociedade

A Ordem dos Advogados do Brasil/Subseção Bacabal, por meio da Comissão da Mulher e Advogada, se manifestou sobre o episódio.

 Ordem dos Advogados do Brasil, Subseção Bacabal e a Comissão da Mulher e Advogada, vem a público manifestar seu repúdio e indignação em face das acusações infundadas dirigidas à Tenente Coronel Leila Araújo e sua família.

Esta Subseção não tolera nenhuma forma de violência contra a mulher e trabalha incansavelmente para combater a banalização da misoginia, do machismo e do sexismo, especialmente quando estas práticas se manifestam em acusações infundadas em desfavor da  Tenente Coronel Leila Araújo, uma mulher que ocupa uma posição de destaque e liderança como Comandante do 15º Batalhão da Polícia Militar.

É evidente que os ataques direcionados a ela se intensificam devido à sua condição de mulher em um papel de comando, algo que dificilmente ocorreria se fosse um homem na mesma posição. A Tenente Coronel Leila Araújo representa muitas mulheres que se inspiram em sua trajetória e força, e os ataques sofridos por ela são, em essência, um reflexo da intolerância de nossa sociedade frente ao crescimento e ascensão das mulheres em espaços historicamente dominados por homens.

Causa ainda mais consternação o vídeo que circula nas redes sociais, no qual um candidato, por meio de declarações ilógicas, acusa a Comandante de perseguição, quando a própria coligação do mesmo solicitou medidas de segurança. É inaceitável que, além da profissional, sua família também tenha sido envolvida e atacada.

Os ataques e a misoginia abusiva a que as mulheres brasileiras, e agora suas famílias, são submetidas, independentemente de posição ou profissão, não podem mais ser tolerados por uma sociedade que se pretende plural, diversa e democrática.

Diante dos fatos, manifestamos nossa solidariedade à Tenente Coronel Leila Araújo e à sua família, reafirmando o compromisso desta entidade com a promoção da igualdade e a defesa intransigente dos direitos das mulheres.

Bacabal, 22 de setembro de 2024.

Outras entidades, autoridades e políticos também demonstraram indignação com as hostilidades do candidato para com a comandante, como igualmente são alvos pessoas que não se coadunam com os mesmos pensamentos dele.

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